sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

DEMÔNIOS DE SAL

De sorte
Que os tratados
Foram todos tecidos...
Os acordos, todos alinhavados.
A partilha foi feita
Entre os anjos dementes
E os demônios de sal.

Mesmo num outono derradeiro,
Uma penumbra sufocante,
Nuvens cobrindo o céu...
Neblina cinzenta...
Orvalho negro...
Pelas ruas,
Pelos becos da cidade...

Exala no ar
Um perfume instigante.
Denso, agudo.
Fusão de metal e ácido.

Olhando
O fundo dos olhos
Do elenco deste interlúdio,
Vê-se a alma arredia
De cada um.
Almas que comovem,
Tamanha é a dor da incerteza.

Tantos sonhos perturbadores,
Entes que se movem,
Sobrevoam o céu da cidade.
Mistura-se
Translúcida magia
E inebriante porvir.
Outono de entorpecência.

Os deuses
Jogam mais uma vez
Com seus brinquedos
De palha e barro.

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